Valderci Malagosini Machado costuma destacar que o desempenho estrutural de uma edificação não depende apenas de pilares, vigas e lajes. Elementos considerados secundários, como blocos, painéis, pavers e outros artefatos de cimento, exercem influência indireta, porém decisiva, sobre a estabilidade, a durabilidade e o comportamento global da obra. Quando esses componentes são mal especificados ou aplicados sem critério técnico, acabam contribuindo para patologias que, embora não estejam ligadas diretamente à estrutura principal, afetam seu funcionamento ao longo do tempo.
Em edificações de médio e grande porte, a repetição desses elementos amplia seus efeitos. Um artefato inadequado, multiplicado em dezenas ou centenas de pontos, passa a interferir na distribuição de esforços, no desempenho dos revestimentos e até na forma como a estrutura reage a movimentações naturais. Por isso, compreender o papel estrutural indireto desses componentes é essencial para alcançar desempenho mais equilibrado.
Como elementos não estruturais interferem no comportamento da edificação
Sob a ótica de Valderci Malagosini Machado, artefatos de cimento atuam como mediadores entre a estrutura e o uso cotidiano do edifício. Blocos de vedação, por exemplo, recebem deformações provenientes das lajes e vigas, além de variações térmicas e higroscópicas. Se não possuírem resistência e regularidade compatíveis, acabam fissurando ou transferindo tensões para regiões sensíveis.
Esse comportamento indireto também se manifesta em painéis e elementos pré-fabricados leves, que ajudam a estabilizar superfícies e distribuir esforços localizados. Quando bem integrados, contribuem para reduzir concentrações de tensão. Quando mal escolhidos, tornam-se pontos frágeis que comprometem o desempenho do conjunto.
Em pavimentações, o mesmo raciocínio se aplica. Pavers e artefatos cimentícios influenciam a forma como as cargas são dissipadas para o solo. Uma escolha inadequada pode gerar recalques, vibrações excessivas e deformações que afetam estruturas adjacentes.
Regularidade dimensional e controle de deformações
Um dos aspectos mais relevantes desses pequenos elementos está na regularidade dimensional. Valderci Malagosini Machado expõe que os artefatos produzidos sem controle rigoroso criam juntas irregulares, espessuras excessivas de argamassa e pontos de concentração de esforço. Com o tempo, essas imperfeições se transformam em fissuras, destacamentos e desalinhamentos perceptíveis.
Quando os artefatos apresentam dimensões consistentes, o conjunto construtivo trabalha de forma mais uniforme. As deformações naturais da estrutura são melhor absorvidas, e os acabamentos sofrem menos. Essa regularidade também facilita a execução, reduz improvisos e melhora a qualidade final da obra.

Ademais, as peças com comportamento previsível permitem detalhamentos mais precisos, reduzindo a necessidade de soluções corretivas após a execução.
Relação entre absorção, durabilidade e desempenho indireto
Outro fator frequentemente subestimado é a absorção de água dos artefatos de cimento. Blocos e painéis com alta absorção favorecem a migração de umidade, o que afeta não apenas o acabamento, mas também o comportamento estrutural indireto. A presença constante de água intensifica retrações, amplia fissuras e acelera processos de deterioração.
Na análise de Valderci Malagosini Machado, artefatos com controle de absorção mais rigoroso contribuem para ambientes mais estáveis, preservam revestimentos e reduzem esforços indesejados nas interfaces com a estrutura principal. Essa estabilidade indireta reflete em menor necessidade de manutenção e maior vida útil da edificação.
Pequenas decisões com grandes impactos no pós-obra
Grande parte dos problemas percebidos após a entrega do empreendimento está associada a esses elementos aparentemente simples. Fissuras recorrentes, infiltrações localizadas e ruídos estruturais muitas vezes têm origem em artefatos incompatíveis com o sistema adotado. Ao tratar esses componentes como estratégicos, o projeto passa a antecipar problemas que, de outra forma, surgiriam apenas com o uso.
Como enfatiza Valderci Malagosini Machado, o desempenho estrutural não é resultado apenas de cálculos corretos, mas da coerência entre todos os elementos que compõem a edificação. Pequenos componentes, quando bem escolhidos, reforçam o sistema. Quando negligenciados, enfraquecem o conjunto.
Quando o detalhe certo fortalece toda a estrutura
Ao compreender o papel dos artefatos de cimento no desempenho estrutural indireto, a construção civil dá um passo importante em direção a obras mais duráveis e previsíveis. Esses elementos deixam de ser tratados como itens secundários e passam a integrar a estratégia técnica do projeto.
A soma de decisões conscientes na escolha e aplicação desses componentes resulta em edificações mais estáveis, com menor incidência de patologias e melhor comportamento ao longo do tempo. É nesse cuidado com o aparentemente simples que se constrói a diferença entre uma obra que apenas se sustenta e outra que realmente performa bem ao longo dos anos.
Autor: Paul Smith
