De acordo com a Dra. Thaline Neves, a hérnia diafragmática congênita é uma das condições mais delicadas da medicina fetal, exigindo atenção especial desde a fase de diagnóstico. Isto posto, trata-se de uma malformação rara em que há uma abertura no diafragma, permitindo a passagem de órgãos abdominais para o tórax do bebê.
Esse deslocamento pode comprometer o desenvolvimento pulmonar e gerar consequências graves após o nascimento. Assim sendo, entender como o diagnóstico é feito e quais são as alternativas terapêuticas disponíveis ajuda famílias e profissionais de saúde a se prepararem de forma adequada. Portanto, continue a leitura e saiba o que esperar nesse processo.
Como a hérnia diafragmática congênita é identificada?
O diagnóstico geralmente ocorre ainda durante a gestação, por meio de exames de imagem de rotina. Segundo a médica proprietária da Clínica View, Thaline Neves, o ultrassom morfológico é o exame principal, pois possibilita observar alterações na posição dos órgãos do bebê. Em muitos casos, o estômago ou parte do intestino são visualizados dentro da cavidade torácica, sugerindo a presença da hérnia.

Após a suspeita no ultrassom, outros exames podem ser recomendados para detalhar o quadro. A ressonância magnética fetal, por exemplo, auxilia na avaliação do desenvolvimento pulmonar e no dimensionamento da hérnia, fatores fundamentais para planejar o acompanhamento clínico e as possíveis intervenções.
Por fim, esse diagnóstico precoce é essencial porque permite uma preparação multidisciplinar envolvendo obstetras, neonatologistas e cirurgiões pediátricos, como pontua Thaline Neves. Dessa forma, é possível alinhar estratégias para garantir maior segurança ao bebê no momento do nascimento e no período imediato após o parto.
Quais exames complementares ajudam a definir o tratamento?
Além do ultrassom e da ressonância magnética, existem outras análises importantes para entender a gravidade da hérnia diafragmática congênita. Exames como ecocardiograma fetal avaliam o funcionamento do coração e possíveis alterações associadas, já que essa condição pode impactar diretamente a circulação sanguínea.
Conforme destaca a Dra. Thaline Neves, a combinação desses recursos diagnósticos orienta a equipe médica na decisão sobre a melhor forma de conduzir o acompanhamento da gestante. Isso inclui tanto os cuidados durante a gravidez quanto a definição do local mais adequado para o parto, geralmente em centros especializados que oferecem suporte intensivo neonatal. Assim, com esses exames, é possível prever complicações, estimar a necessidade de intervenções cirúrgicas imediatas e orientar os pais sobre o prognóstico.
Quais são as opções terapêuticas antes do parto?
O manejo da hérnia diafragmática congênita ainda durante a gestação pode incluir medidas avançadas, aplicadas em casos selecionados. Uma das técnicas mais estudadas é a oclusão traqueal fetal, que consiste em bloquear temporariamente a traqueia do bebê para estimular o crescimento pulmonar. Esse procedimento é realizado por fetoscopia em centros especializados e requer acompanhamento rigoroso.
Entretanto, nem todos os casos são elegíveis para intervenções intrauterinas, como ressalta a médica proprietária da Clínica View, Thaline Neves. A decisão depende de fatores como o tamanho da hérnia, o grau de hipoplasia pulmonar e a presença de outras condições associadas. Logo, em muitos cenários, a conduta é de acompanhamento intensivo até o momento do parto, garantindo que a equipe esteja preparada para agir de forma imediata.
Como é o tratamento após o nascimento?
Por fim, após o parto, o bebê com hérnia diafragmática congênita precisa de cuidados intensivos. O suporte ventilatório costuma ser necessário, já que a função pulmonar pode estar comprometida. Em seguida, a cirurgia para correção da abertura no diafragma é o passo crucial do tratamento, reposicionando os órgãos e reconstruindo a parede diafragmática.
Tendo isso em vista, os cuidados pós-operatórios são vitais para a recuperação. O acompanhamento em unidade de terapia intensiva neonatal permite controlar a função respiratória e hemodinâmica, reduzindo riscos de complicações. Em alguns casos, terapias de suporte, como a oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO), podem ser indicadas para auxiliar na adaptação do bebê.
Um olhar de esperança sobre o diagnóstico
Em conclusão, a hérnia diafragmática congênita é uma condição que exige diagnóstico precoce, acompanhamento especializado e planejamento multidisciplinar para aumentar as chances de bons resultados. Segundo Thaline Neves, o uso de exames como ultrassom, ressonância magnética e ecocardiograma fetal fornece informações essenciais sobre a gravidade do quadro e ajuda a orientar as condutas médicas. Portanto, embora seja uma condição complexa, cada passo do acompanhamento, desde a gestação até o pós-operatório, tem como objetivo oferecer ao bebê a melhor qualidade de vida possível.
Autor: Paul Smith